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Porta Retrato, congraçamento da fotografia

Se no renascimento ou épocas passadas a moldura aparelhava a obra no seu valor de culto ou aura, nos tempos atuais, em seu ritmo frenenético e enuviado pela produção e reprodução fácil da imagem técnica, onde de certa forma a linguagem imagética ainda não atingiu a maturidade porque nosso olhos ainda não se adaptaram a ela e ainda não há respeito nem culto o suficiente para aquilo que nela é expresso, ainda temos o maior bem de elevada aura, o suficiente para mantermos ainda emoldurados nossas fotografias: a Família.

Não se sabe ao certo quando eles surgiram ou quem os inventou, mas os porta-retratos são encontrados em praticamente todas as casas. É raro adentrar em uma residência e não os ver logo na sala, recepcionando os visitantes, contanto a história da família, revelando os traços de cada pessoa que ali habita. Pode-se dizer que o porta-retrato é muito mais que um mero item decorativo. É parte essencial de um lar, pois o personaliza de forma única, diferenciando-o de qualquer outro. Se a mesma moldura deste acessório pode ser encontrada em vários locais, o mesmo não acontece com a foto nele colocada. Por isso, esse objeto se torna único, individual.

Além de decorar, fotografias e imagens tornam os ambientes mais íntimos, imprimem a personalidade dos moradores e cumprem funções importantes como homenagear pessoas, materializar momentos marcantes, e até situar o convidado sobre seus anfitriões. Para cada uma dessas possibilidades, existe uma composição harmônica que pode se dar em uma série de formas. “As imagens podem estar isoladas ou em conjunto, terem tamanhos variados retratando pessoas ou lugares, alternando cores e contrastes. Elas podem aparecer dentro de porta-retratos, fixadas sobre fundos tonalizados de forma sofisticada ou casual, adornando nichos, e até coladas sobre caixinhas organizadoras”.

O tradicional porta-retrato, ainda tão presente, tem dividido espaço com modelos mais ousados, autênticos e descontraídos, e aquele velho hábito de pendurar fotos na parede também continua valendo, “Decorar árvores de Natal com fotos da família também tem um grande efeito.

Misturar fotos antigas com peças de decoração mais atuais é um ótimo recurso para criar a sensação de lembranças e histórias vivas para o morador”.

Apesar de comum, algumas pessoas não consideram tão simples a tarefa de escolher os modelos e as imagens de um porta-retrato. É preciso considerar o ambiente como um todo para que haja harmonia. “O posicionamento de cada um deles também requer cuidado. Para locais onde predomina a decoração contemporânea, os mais indicados são os de vidro, acrílico, couro, aço escovado ou polido. O modelo que combina várias fotos numa única estrutura também é interessante. Para quem aposta no estilo rústico, os itens mais robustos com moldura de madeira ou ferro ajudam a compor o ambiente. Para enfatizar e realçar os momentos especiais ou pessoas importantes, vale lançar mão de peças mais limpas e com menos informações”.

Quando bem explorado, o acessório atrai olhares e pode até render uma boa prosa sobre lembranças e, logo, momentos agradáveis. Além disso, ele confere aconchego ao lar. De acordo com a designer de interiores Iara Santos, não existem regras para lançar mão do objeto, mas é preciso ter bom senso. “Pode-se usar os porta-retratos com moldura e design diferentes, desde que haja harmonia. Os mais simples são indicados, assim a foto fica em primeiro plano e rouba os olhares”.


As fotos devem ser interessantes e verdadeiras. Colocar fotos que marquem várias fases de uma pessoa é uma ótima opção, pois mostra a evolução dela ao longo da vida. Além de causar aquela sensação boa de saudade e trazer à tona lembranças esquecidas de momentos felizes. As fotos podem ser coloridas ou em preto e branco, isso vai depender da decoração do espaço”. Como é um adorno de preço acessível, o porta-retrato pode ser trocado quando necessário para se tornar sempre contemporâneo.

Os porta-retratos são memórias de uma vida e fazem parte da identidade de uma pessoa, por isso é importante inclui-los na decoração, já que podem ser usados de diversas maneiras. “Na forma mais tradicional e antiga, as peças são apoiadas sobre móveis como bancadas, aparadores e balcões. Quando for expor mais de um porta-retrato lado a lado, é interessante que as molduras sejam de tamanhos diversos e modelos diferentes entre si, porém com algo em comum, como entalhes dourados, ou o próprio material, como madeira ou metal, por exemplo”.

Como todo item decorativo, a quantidade exposta em cada local deve ser proporcional à sua dimensão e função. Ambientes sociais e mais amplos (como sala de estar e sala de TV) podem receber mais itens, de acordo com a proposta da decoração. “Já em quartos, corredores e espaços menores, o ideal é pontuar alguns porta-retratos estratégicos ou, quando for necessário expor uma maior quantidade de fotos, colocá-los em quadros na parede, evitando o acúmulo de objetos em espaços restritos. Até na cozinha podemos usá-los hoje em dia, já que temos interessantes soluções, como o ímã, que podem personalizar a geladeira, por exemplo”.

Acessórios que não pode faltar

Existe hoje a possibilidade de usar o porta-retrato digital, mas os tradicionais sempre posssuem mais vibração positiva e bem estar, que podem ser feitos todo em vidro, em osso, madrepérola, material reciclado, pedraria e madeira, nos mais diversos acabamentos, como couro, prata, inox, lacas e resinas, dentre outros. “As cores podem ser as mais diversas, desde o vidro translúcido, passando pelos béges, marrons, preto, prata, ou tons mais vivos, como verde e azul”.

Retratando os momentos mais marcantes, como casamentos, viagens, aniversários, entes queridos, as imagens expostas em um porta-retrato são impregnadas de histórias e carregam saudade. Nossos melhores momentos, ou até mesmo nossas melhores lembranças, nossos grandes amores, encontram-se vivos neles. Como não gostar de lembrar um momento feliz? Como não sentir carinho ao lembrar de um ente amado? As fotografias tornam o ambiente pessoal e único”.

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