![](https://static.wixstatic.com/media/c1cda7_1065c711f2444f9b9f0fffaceb6365ec~mv2.jpg/v1/fill/w_980,h_442,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/c1cda7_1065c711f2444f9b9f0fffaceb6365ec~mv2.jpg)
No espaço de quarentena, sob pressão na obrigação de deixar a casa em ordem, em uma extenuante faxina—interminável—, e gavetas condenadas a uma vistoria rígida, muitos pertences curiosos e em desuso, mas muitos valiosos foram descobertos.
Na limpeza entre sujicidades, poeiras e coisas que eu nem lembrava que ainda tinha, invariavelmente cheguei nos álbuns de fotos. Daqueles analógicos que a gente revelava há vinte ou trinta anos atrás. Daqueles que não davam vez para as selfies, afinal, a gente só tinha disponíveis 12, 24 ou, no máximo, 36 poses (sim, a gente usava essa palavra, rs)!
Tirei esses álbuns e comecei a viajar nas páginas amarelas, descobri nesses fragmentos do tempo resquícios da minha infância, o quanto eu era gordinho, travesso e de um lance, a uma velocidade de um girar de folha me teletransporter a alguns anos a frente, ao nascimento do meu filho, aniversário, nascimento de minha filha, aniversários, sem fim para imaginar.
Algumas fotos tremidas, outras embaçadas, mas todas carregadas de histórias. Foram viagens, festas, dias ensolarados na praia e pessoas amadas, algumas que caminham comigo até hoje e outras que já não estão mais neste plano. Vi amigos que já não sei mais o paradeiro e outros que vão rir ao rever estas imagens.
Ver fotos antigas é o tipo de atividade que a gente faz com menor frequência do que deveria e, honestamente, eu não sei por que. É gostoso, é divertido, é como um mini filme pessoal passando na nossa frente, revivendo momentos tão especiais quanto corriqueiros, relembrando dos laços afetivos e mostrando pra gente de onde viemos.
Acho que as nossas memórias, registradas em fotografias, objetos, cartas e outros, são como as pedrinhas do conto de João e Maria, que indicam o caminho de volta pra casa, de volta pro nosso eu mais puro. Faz a gente valorizar aqueles que estão ao nosso lado por tantos anos e também as nossas conquistas, a nossa história, os nossos afetos e toda a trajetória até aqui. As nossas memórias são como os tijolinhos que constroem, dia após dia, a nossa identidade através de tudo o que passamos e aprendemos ao longo da vida.
Que delicia rever os meus avós amados que não estão mais presentes nos almoços de domingo e que delicia reviver as viagens à Disney, ao Beto Carrero, às praias e tantas outras aventuras. É gostoso ver meus pais sorridentes com a idade que eu tenho hoje e relembrar das festinhas de aniversário com bolo de chocolate e Coca-Cola 2 litros na mesa. É engraçado ver os diferentes cortes de cabelo e estilos de roupa e é especialmente delicioso encontrar com aquele menino que eu fui um dia e de vez em quando vejo correndo alegre e soltando pipa aqui dentro.
Nas dicas valiosas fica esta súplica, não deixe esses momentos se perderem, imprima suas fotos e guarde-os em lindos álbuns em que o tempo vai esrmaecê-lo, com as cores do passado onde o futuro vai resgatá-los com ternura.
Comments